.Gleudecy B.C.Carvalho Rodrigues

Bem vindos, Caros Amigos.
PAZ & LUZ!


sábado, 3 de maio de 2008

M�rio Quintana - Pesquisa



� 30 de julho de 1906 – Alegrete, RS
V 05 de maio de 1994 – Porto Alegre, RS

M�rio Quintana

M�rio Quintana concluiu o Curso Prim�rio em sua terra natal, na Escola do Mestre portugu�s Ant�nio Cabral Beir�o, para em seguida matricular-se no Col�gio Militar em Porto Alegre. Depois de cinco anos, deixa o Col�gio, passando a trabalhar, por pouco tempo, como caixeiro da Livraria Globo, Em 1925 Quintana regressa a Alegrete, sua cidade natal. L�, seu pai tinha uma farm�cia, onde ele passou a trabalhar. No ano seguinte, 1926, retorna a Porto Alegre, retornando, outrossim, ao antigo trabalho na mesma Livraria.

Neste ano de 1926, Quintana obt�m o seu primeiro pr�mio liter�rio. N�o. N�o foi com poesia. Num concurso promovido pelo Di�rio de Not�cias, ele foi premiado com o conto "A S�tima Personagem".

Somente em 1930 algumas de suas poesias s�o publicadas. Umas no Correio do Povo, outras na Revista do Globo. Neste mesmo ano, Quintana segue, como soldado para o Rio de Janeiro, onde toma parte na Revolu��o Getulista. Foi nesta ocasi�o que ele conheceu a poetisa Cec�lia Meireles, que junto com a atriz Greta Garbo e, mais tarde, com Bruna Lombardi, formou o trio de estrelas de sua admira��o.

De volta a Porto Alegre, Quintana teve um espetacular desempenho como tradutor de obras liter�rias. Ele falava fluentemente o Franc�s, idioma do qual fez in�meras tradu��es. Mas tamb�m traduziu obras do idioma ingl�s.

�poca marcante na vida de M�rio Quintana foi a do ano de 1940. Ano de sua estr�ia em livro com a publica��o, pela Editora Globo, de seu famoso A Rua dos Cataventos. Este seu primeiro livro cont�m 35 sonetos. E � considerado um dos mais belos livros de poesias brasileiras.

Outros livros de poesias:

Can��es – 1946
Esconderijos do Tempo – 1980
O Aprendiz de Feiticeiro – 1950
Nova Antologia Po�tica – 1981
Espelho M�gico – 1951
Ba� de Espantos – 1986
Antologia Po�tica – 1966
80 Anos de Poesias – 1986 (...)

e vai por ai afora. Entre poesias e prosas, incluindo quatro livros infantis, M�rio Quintana escreveu nada menos de vinte e oito livros. Em 1963 ele lan�ou um disco, declamando seus pr�prios poemas.

No dia 25 de agosto de 1966, M�rio Quintana foi recebido na Academia Brasileira de Letras. Para ele, Manuel Bandeira fez e recitou, na hora, uns versos que diziam assim:

Meu Quintana, Os teus cantares
n�o s�o, Quintana, cantares,
s�o Quintana, quintanares(...)

M�rio Quintana ostenta muitos t�tulos, a come�ar pelo de Cidad�o Honor�rio de Porto Alegre, outorgado-lhe pela C�mara de Vereadores daquele munic�pio. Entre outros, tem ainda, o t�tulo de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e de outras universidades: PUC de Porto Alegre, UNICAMP, UFRJ, etc.

Ele sempre foi "a cara" do que escrevia. Quintana era uma pessoa muito especial! Tinha uns "repentes" muito engra�ados! Entre pilh�rias e ironias, ele dizia coisas deveras hilariantes. Eram famosos os seus trocadilhos. Concorreu tr�s vezes para ingresso na Academia Brasileira de Letras. Sem alcan�ar seu intento, Quintana disse: "Eles passar�o, eu passarinho" . Declinava humildemente das muitas homenagens que lhe eram prestadas. Convidado a escrever algo em uma placa comemorativa de sua cidade, ele se desculpou dizendo: "um engano em bronze � um engano eterno". � justamente esta frase que consta na dita placa de bronze em sua terra – Alegrete.

Achavam que tudo o que ele falava era poesia. Um funcion�rio do Hotel Presidente, onde o Poeta morou, admirava-se dos seus "repentes" e aconselhava: "Seu M�rio, o senhor deve escrever estas coisas engra�adas que o senhor diz, porque isso � poesia pura".

Quintana, al�m dos ditos engra�ados que proferia, costumava "atropelar" os prov�rbios populares, com a troca de palavras, como por exemplo:

– O seguro morreu de guarda-chuva.
– A esperan�a � um urubu pintado de verde.
– Quem n�o tem c�o ca�a com la�o.
– Em terra de cego quem tem um olho � caolho (...) E por falar em caolho, depois de uma cirurgia num de seus olhos, dizia M�rio aos amigos: "n�o se preocupem. N�o vou ficar cego; n�o � f�cil concorrer com Cam�es". Assim era o nosso M�rio Quintana!

O nosso imarcesc�vel super amigo S�rgio Domingues nos brindou com um lindo livro de Armindo Trevisan e Tabajara Ruas, que traz a vida e a obra de M�rio Quintana. Da�, por que temos incont�veis poesias das quais poder�amos escolher pelo menos uma, para encerrar esta mat�ria. Mas n�o d�! S�o tantas e t�o lindas, que eu n�o sei escolher uma delas. Vejamos: "Mapa", "Auto-retrato", "Can��o de Bar", "Eu sou Aquele", "Soneto XVII" (...) Quantas mais ?! N�o sei. N�o contei. N�o vou cont�-las. Assim, encerremos a nossa mat�ria com o adeus que a sua musa Bruna Lombardi transformou em poesia, a pedido do jornal Zero Hora, no dia do falecimento do Poeta.

O ANJO

Onde quer que voc� esteja
agora, veja que a esta hora
algu�m chora em algum lugar
porque voc� foi embora.

Mas sei que voc� continua
por a� nesse universo
achando rima pra versos
de humor e melancolia.

Perplexo feito crian�a
diante de cada mist�rio
sua sutil sabedoria
nota coisas t�o pequenas
que outro n�o notaria.

E aqueles que ficaram
por aqui, nessa passagem,
notam no c�u esse anjo
que voc� sempre escondia
e desejam boa viagem.

M�rio Quintana e Bruna Lombardi

Mat�ria publicada no boletim A Figueira.
Florian�polis, jul.-ago. 2000. Ano X, n. 87.

Nenhum comentário: