.Gleudecy B.C.Carvalho Rodrigues

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quarta-feira, 14 de março de 2012


LITERATURA DE CORDEL
A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em
barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos
subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns
dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era
comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em
1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no
México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos
esses locais há literatura popular em versos.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, no livro Vaqueiros e cantadores (Porto Alegre: Globo, 1939. p.16)
os folhetos foram introduzidos no Brasil pelo cantador Silvino Pirauá de Lima e depois pela dupla Leandro
Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista. No início da publicação da literatura de cordel no País,
muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas,
vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas,
mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo,
porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.
O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil.
Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto. Pode narrar os feitos de Lampião, as
"prezepadas" de heróis como João Grilo ou Cancão de Fogo, uma história de amor, acontecimentos
importantes de interesse público.
Atualmente, a literatura de cordel não tem um bom mercado no Brasil, como acontecia na década de 50,
quando foram impressos e vendidos dois milhões de folhetos sobre a morte de Getúlio Vargas, num total de 60
títulos.
Hoje, os folhetos podem ser encontrados em alguns mercados públicos, como o Mercado de São José,
no Recife, em feiras, como a de Caruaru, e em sebos (venda de livros usados). Há uma coleção de folhetos de
cordel disponível para consulta, no acervo da Biblioteca Central Blanche Knopf da Fundação Joaquim Nabuco.


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